O Banco Central divulgou um relatório que revela uma queda significativa na poupança, atribuída principalmente à migração de parte dos poupadores para investimentos mais lucrativos, como LCAs, CDBs e LCIs.
Essa tendência, segundo análise do BC, tende a persistir, especialmente com a abordagem mais agressiva dos bancos aos poupadores, impulsionada pelo Open Finance.
Desde 2021, os recursos na poupança têm diminuído consistentemente. O saldo passou de R$1,035 trilhão em 2020 para R$983 bilhões em 2023. O ápice dessa saída ocorreu em 2022, com um saque líquido recorde de R$103,24 bilhões.
O estudo, baseado em dados de mais de 57 milhões de indivíduos, mostra que cerca de 29,5 milhões retiraram aproximadamente R$279 bilhões da poupança e realocaram cerca de R$ 201 bilhões em outros ativos financeiros, com destaque para LCAs, CDBs e LCIs.
Os principais sacadores, representando 16% do total, transferiram cerca de R$116 bilhões para outros investimentos, sendo R$34 bilhões para LCAs, R$37 bilhões para CDBs/RDBs e quase R$17 bilhões para LCIs.
Essa mudança na composição dos ativos foi marcante, com a participação da poupança caindo de 57% em 2021 para 28% em 2022, enquanto fundos e CDBs aumentaram suas fatias.
Além disso, quase metade do valor sacado da poupança foi alocado em outros fins não observados, como consumo, pagamento de empréstimos ou investimentos em ativos reais e financeiros não identificados.
O diretor de Fiscalização do BC, Ailton Aquino, destacou que essa migração é uma realidade que tende a se intensificar com a competição crescente no setor financeiro, impulsionada pelo Open Finance.
Quanto ao impacto dessa redução no mercado imobiliário, Aquino afirmou que é uma preocupação em discussão constante no BC, refletida em medidas para aumentar a securitização do crédito imobiliário, incluindo iniciativas com a estatal Emgea.
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Informações retiradas de Exame
